População:
Flutuação extrema:
Desconhecido
Detalhes: Sampaio et al. (2002 apud Ferraz et al., 2009) realizaram inventários nas populações naturais de pau-rosa em doze municípios do Amazonas: Manaus, Presidente Figueiredo, Maués, Parintins, Nova Olinda, Novo Aripuanã, Barreirinha, Borba, Itacoatiara, Silves, Rio Preto da Eva e Itapiranga. Neles foi observada uma baixa densidade de árvores adultas (1 árvore/5 ha), considerando-se um DAP>10 cm. Na reserva florestal Adolpho Ducke (Manaus, AM), foram encontradas 3 a 4 árvores/25 ha,com DAP>20 cm.
No início dos anos de 1950, o pau-rosa era amplamente distribuído e facilmente acessível ao longo das margens dos rios Curuauna, Tapajós, Parintins, Maues, Nhamunda, Uatumã Negro, Purus e Madeira. Durante asduas décadas seguintes, a escala de extração anual totalizou cerca de 25.000 toneladas de madeira (o equivalente a 10.000 árvores). Isto levou à virtual extinção de populações reprodutivas ao longo das margens dos rios em muitas áreas de principais estados produtores do Pará e Amazonas.
Na década de 80, o acesso a populações naturais tornou-se progressivamente mais difícil e efetivamente confinadas a um númerode áreas no Amazonas central. Mesmo nestas áreas, árvores com um diâmetro à altura do peito desejável (DAP) maior que 30 cm são encontradas hoje a somente 2 km ou mais de distância das margens dos rios (Benchimol, 2001). Uma idéia do esgotamento pode ser estimada, considerando que, de 1937 a 2002, foram exportadas quase 13 mil toneladas de óleo essencial de pau-rosa. Sabe-se que 18 a 20t de madeira são necessárias para produzir um tambor de óleo (180kg) e queuma árvore de porte adequado pesa, em média, 1,75t. O diâmetro a altura do peito (DAP) das árvores extraídas variava de 30 a 60 cm. As estimativas de rendimento variam de 0,7% a 1,1% de óleo essencial do peso da madeira em tora de pau-rosa. Isso indica que é necessário uma tonelada de tora para produzir 10 kg de óleo essencial de pau-rosa. Estimando a distribuição média de uma árvore para cada cinco hectares e que, no mínimo, 825 mil árvores foram abatidas, pode-se concluir que mais de 4 milhões de hectares de matas foram explorados (Homma, 2005). A redução na intensidade de extração com o aparecimento do substituto sintético tem permitido a regeneração parcial da espécie, aproximando-se da taxa de manejo florestal. Enquanto nas décadas de 1940 e 1950, abatiam-se, em média, 20.000 árvores/ano, na década de 1980 caiu para 6.000 árvores/ano. Para Carvalho (1983 apud Homma, 2005), conforme levantamento realizado na Floresta Nacional do Tapajós, em área de grande ocorrência de árvores de pau-rosa, até o fim dos anos 1960, a regeneração tinha proporcionado árvores com até 20 m de altura e um diâmetro máximo de 15 cm, com uma densidade de 3,87 árvores/5 ha.Através dos dados históricos de extração da espécie, pode-se realizar uma estimativa da sua redução populacional. Para tanto, tomou-se o EOO da espécie e calculou-se o número de indivíduos antes da exploração (749.758 ind.), deste resultado extraiu-se o número de indivíduos abatidos (levando-se em conta 6ind/t de óleo=344.216 ind.), desta forma pode-se estimar uma redução populacional de 46%.